Tipo 6 do Eneagrama, a comunicação dos porquês

16-12-2019

A comunicação do Tipo 6 é efusiva, acelerada, ritmada e clara, podendo assumir uma postura hesitante, quando se instala a dúvida.


Comunica de forma direta e assertiva utilizando a comunicação como meio de esclarecer os acontecimentos, objetivos, ideias e vontades. Por isso é muito importante que a comunicação seja bilateral para que a posição de cada pessoa fique muito bem definida.

Antes de começar a expor uma ideia, a forma e o conteúdo da comunicação são previamente preparados num processo mental em que se criam vários cenários relativamente à forma como o outro vai receber a informação. Com esta atitude o Tipo 6 pretende estar preparado para ser conciliador tendo já preparado várias hipóteses que lhe permita adaptar-se para chegar ao outro.

É típico do Tipo 6 fazer muitas perguntas para clarificar a conversa, e também responder às perguntas lhe fazem com outras perguntas, ou com "depende" Esta é uma forma típica de responder que permite ganhar tempo enquanto pensa na resposta, evitar dar uma resposta impositiva, ou quando quer que a decisão fique do lado da outra pessoa.

Procura coerência na sua comunicação explicando os detalhes e os porquês para sustentar a lógica do conteúdo do seu discurso.

A comunicação é um meio privilegiada para tomar a iniciativa de fazer algo em conjunto e manter o trabalho e em andamento.

A comunicação é a parte extrovertida do Tipo 6 porque há sensação de que a comunicar pode partilhar informação que vai ser útil e ajudar os outros conquistando a sua confiança. Confiarem em si é a forma de conquistar aliados que o apoiarão quando for necessário.

A motivação do Tipo 6 para comunicar, também tem a ver com a partilha de vários pontos de vista que devem ser sempre bem fundamentados, pois as boas soluções partem da criação de várias perspetivas e criação de vários cenários. Comunicar pode trazer um debate muito importante que ajude a definir ideias quando o Tipo 6 vivência pensamentos contraditórios ou fica preso na incerteza que atrasada a tomada de decisões.

Na ação de comunicar o Tipo 6 espera encontrar ou reforçar as suas certezas acalmando a tendência para projetar cenários, que do seu ponto de vista, dão sentido ao que se passa à sua volta e não entende.

A comunicação é, também um meio privilegiado para cativar os outros tornado o ambiente onde se insere mais confortável e confiante.

Tem a capacidade de "agarrar" as ideias e situações, esquematiza-las e organiza-las tornando-as simples e acessíveis par a compreensão dos outros.

Há uma capacidade inata para observar as pessoas no sentido de descodificar a comunicação interna de cada um e percebendo o que e passa com os outros, percebe quais são as pessoas com que há identificação. Identificando-se com os outros a comunicação surge e desenvolve-se com naturalidade, caso contrário haverá a comunicação que for estritamente necessária mantendo a boa educação.

Quando a empatia intuitiva desaparece surge a desconfiança porque neste momento desliga-se da sua intuição e a cabeça assume o controlo e as dúvidas começam a aflorar

Tem um sentido muito desenvolvido para ouvir "nas entrelinhas" o que é dito na procura de identificar incoerências, perigos, e tendências.

Promove um ambiente onde tudo possa ser dito, pois as pessoas só se podem realmente entender quando as cartas são postas na mesa com clareza.

Um grande desafio na comunicação é o facto de muitas vezes já ir a pensar "cenas" como por exemplo o que o outro vai pensar e que atitude vai ter relativamente ao que eu dizer. Estes cenários antecipados condicionam a interação e por vezes causam um cansaço na medida em que há uma preparação mental para um processo que se adivinha árduo, ainda que possa não o vir a ser.

Lidar com discursos de vitimização, lamentação, raciocínios demorados e comunicação lenta são outros grandes desafios que obrigam o Tipo 6 a abrandar ritmo e intensidade do seu discurso. Linguagem agressiva e má educação requerem um exercício de grande auto controlo que tem, quase sempre, como resposta uma intervenção defensiva e irónica.

Controlar a ansiedade é outro desafio que evita a reatividade na comunicação, pois quanto maior a ansiedade menor é a capacidade de ouvir, aumenta a desconfiança e redobra-se a atenção às segundas intenções. Uma comunicação pautada por indecisões por parte do interlocutor é outro fator de ansiedade porque não ter a certeza do que o outro pensa ou quer, faz perder o controlo da conversa e sobre os acontecimentos e fica a sensação de essa conversa acaba por ser uma perda de tempo.  

Helena Portugal


Helena  Portugal
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