Quando a conversa fica difícil com os 9 Tipos do Eneagrama

Cada pessoa expressa-se de forma característica de acordo com a sua personalidade. Quando se está muito fixo na personalidade é mais difícil ser flexível no sentido de ir ao encontro do outro.

Então, vamos ver as principais características do discurso de cada tipo para perceber como podem surgir os choques no relacionamento.

Tipo 1 - Tem um estilo de linguagem direto, exato e detalhado. Prefere falar de ideias ou pensamentos ligados à execução de tarefas. Usa palavras como deve, preciso, corrigir, tem que, certo, errado. Tem extrema dificuldade em lidar com a crítica pois se errou ele sabe que errou e já se auto puniu por isso.

Acredita que as suas ideias são as corretas e que há uma maneira de fazer as coisas bem, que é a sua maneira. Este tipo de discurso aliado muitas vezes a uma postura tensa pode ser o rastilho para discussões sobre quem tem razão.

Tipo 2 - As conversas do Tipo 2 tendem a focar-se mais no conteúdo da outra pessoa . É bom ouvinte e está disponível para ajudar mesmo quando a sua ajuda não é necessária ou desejada. Para muitas pessoas deste Tipo a recusa da sua ajuda é um fator critico porque é sentido como "Não me deixam ser útil, não sou necessário, não gostam de mim"

Sorridente, com gestos corporais graciosos e suaves, pode ficar muito irritado quando não agradecem o que fez pelos outros, considerando-os ingratos. Esta mudança de humor pode ser surpreendente e desconcertante para o seu interlocutor.

Tipo 3 - Gosta de usar exemplos concretos para apresentar as suas ideias, de preferência sendo ele o protagonista. Foca-se em mostrar uma imagem de sucesso. Sabe muito bem como convencer o seu interlocutor aceitar as suas ideias ou a colaborar na concretização dos seus objetivos. Se houver reconhecimento do outro para alimentar a vaidade nas suas concretizações a conversa correrá às mil maravilhas. Já se o criticarem ou desvalorizarem teremos o cenário oposto!

Tipo 4 - As conversas tendem a focar-se nele próprio. Gosta de falar sobre sentimentos, histórias fantásticas, sonhos, sofrimento e dor. Procura temas profundos, originais ou diferentes. Demora-se nos detalhes e quer a atenção do outro totalmente focada em si quando fala. Tem que completar as conversas até ao fim, por isso não é boa ideia interromper, nem deixar de o ouvir. Pode passar de um estado alegre a um estado dramático durante uma conversa. Perguntar o que sente, pode ser uma forma de ajudar a equilibrar o carrossel da emoções do Tipo 4.

Tipo 5 - É poupado nas palavras, fala num tom de voz moderado e gesticula pouco. Pondera antes de falar e escolhe as palavras. Prefere a neutralidade e falar de ideias, projetos ou assuntos que lhe interessem. Tem dificuldade em manter conversas onde não aprende nada que lhe interesse, focadas na vida da outra pessoa, muito emocionais e longas.

É igualmente difícil lidar com diálogos agressivos. Nestas situações ele "desliga-se" e se for necessário quando os ânimos se acalmarem, procurará conversar. Pode parecer distante, frio e que não se interessa pelas pessoas ou pela conversa. Prefere não falar sobre si.

Tipo 6 - Ao conversar o Tipo 6 gosta de fazer perguntas para confirmar, ou não, o que está a pensar sobre o assunto ou sobre a outra pessoa. Gosta de explicar tudo muito bem e tem dificuldade em lidar com conversas vagas e dúbias.

Precisa de ter certezas e conhecer claramente a posição da outra pessoa. Dependendo de ser fóbico ou contra fóbico pode ter um discurso ritmado e hesitante, ou ousado e confiante.

Gosta de falar sobre precauções, medos e riscos e testar as pessoas para saber se são de confiança ou não. Está atento às incoerências e mentiras no discurso da outra pessoa enquanto lê nas entrelinhas. Se pressentir que vai ser verbalmente ataco, defende-se atacando primeiro o interlocutor. Pode ser agressivo, ou aparentemente dócil mantendo as suas ideias e vontades.

Tipo 7 - É rápido e espontâneo. Não mede tanto as palavras e tem sempre histórias interessantes e cativantes para contar. Foca-se em conversas positivas que desenvolve com entusiasmo.

Tem grande tendência para interromper o discurso dos outros pela impaciência de ouvir e porque lhe parece que já sabe como a conversa do outro vai acabar.

Muda de assunto rapidamente e encontra sempre várias soluções para as questões que lhe possam ser colocadas. Animado por natureza, contribui para a boa disposição dos outros. Mas tudo muda de figura quando o interrompem, obrigam a ouvir longas histórias, falam de assuntos tristes, criticam ou acusam de algo menos bom, ficando bastante irritado.

Tipo 8 - Fala alto, num estilo imponente e ousado. Faz muitas afirmações e é extremamente assertivo. Se não obtém resposta do seu interlocutor aumenta a intensidade da linguagem ou torna-se confrontador.

A intensidade enérgica com que se expressa a maior parte das vezes intimida ou magoa as outras pessoas, mas como não tem a noção do impacto que a sua forma de comunicar causa, pensa que os outros são "florzinhas" de estufa a quem não se pode dizer nada".

Gosta de falar de projetos, questões práticas e soluções. Impacienta-se com a incompetência, indefinições, detalhes e não tolera mentiras e injustiças.

Tipo 9 - É cordial, diplomata e afável. Gosta de falar tranquila e demoradamente contando todos os pormenores da história. Descontraído e sorridente, contempla os pontos de vista e vontades do outro, muitas vezes em detrimento daquilo que realmente quer em nome da harmonia. Por isso é muito difícil dizer "Não". Compreensivo e paciente é um bom ouvinte para longas histórias.

A conversa torna-se menos agradável quando o pressionam a tomar decisões, demonstram atitudes de arrogância e má educação.

Boas conversas!

Helena Portugal

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