Poema "Ausente"
29-05-2021
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Mas tu és de todos os ausentes o
ausente
Nem teu ombro me apoia nem a
tua mão me toca
O meu coração desce as escadas
do tempo
Em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio
Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do
tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu
silêncio
porque és de todos os ausentes o
ausente
Sophia de Mello Breyner