Omnisciência Divina
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A perfeição da Omnisciência reside em compreender tudo pelo conhecimento - manifestado e escondido, pequeno e grande, primeiro e último, no começo e no fim, e com respeito à multitude dos objetos conhecidos isto será infinito.
Então, o conhecimento, em si mesmo, será o mais perfeito possível, relativamente à sua clareza e revelação, de tal forma que não se poderá conceber uma clareza ou visão mais evidente.
Por outro lado, a Omnisciência não deriva das coisas conhecidas, mas pelo contrário são as coisas conhecidas que derivam dela.
Não é segredo que o homem partilha uma parte do atributo do "Conhecedor", mas ainda assim, o conhecimento do homem é diferente do Conhecimento de Deus, o mais elevado, em três formas específicas: primeiro, no que respeita à multitude das coisas conhecidas; embora as coisas que o homem conheça sejam abrangentes, elas são limitadas para o seu coração, e como poderiam, então, elas corresponderem ao que é infinito? Em segundo lugar, o que o homem entende como claro, não atinge o objetivo de ir além porque esse objetivo não é possível uma vez ele vê as coisas por detrás de um véu. Terceiro, o que o conhecimento que Deus (seja louvado) tem das coisas não deriva das coisas mas são as coisas que derivam dele, enquanto que o conhecimento que o homem tem depende das coisas e resultam delas.
Se é difícil compreender esta diferença, compare-se o conhecimento daquele que aprende a jogar xadrez e o da pessoa que o inventou. O conhecimento da pessoa que o criou é a causa em si, da existência do xadrez, enquanto que o fato da existência do xadrez é a causa do conhecimento daquele que aprende a jogá-lo. O conhecimento de quem inventou o xadrez precede o xadrez, enquanto o conhecimento de quem aprende a jogá-lo vem depois.
Similarmente, o conhecimento que Deus (glorioso), tem das coisas precede-as e causa-as, o que não acontece com o nosso conhecimento.
A diferença do homem no que se refere ao conhecimento, na medida em que é um atributo de Deus, reside no facto que o objeto mais distinto e elevado do conhecimento é Deus. Da mesma forma, conhecendo Deus o mais elevado e benéfico conhecimento de todos, o conhecimento de tudo o resto é apenas distinguido porque é o conhecimento das ações de Deus, ou o conhecimento que traz o homem para perto de Deus. Todo o outro conhecimento, que não seja este, não merece muita distinção.
Assim, sendo o Tipo 5 só poderá entrar em contacto com o conhecimento que o seu coração tanto anseia, pela reconexão com o Criador de Tudo o que É.
Helena Portugal