O amor: dependência do Tipo 2 do Eneagrama

10-11-2019

Alguns Tipos 2 não parecem dependentes, e aliás fazem tudo para provar o contrário sendo muito autónomos. Alguns até mostram gestos presunçosos e pomposos, podendo mesmo nalgumas situações tratar as pessoas como subordinadas e inferiores, ainda que inconscientemente.


O facto é quer ele seja dependente, ou independente a referência é sempre o outro e por isso o seu bem-estar depende, em grande parte, da consideração, aceitação e amor dos outros, principalmente das pessoas que valoriza.

O que o Tipo 2 mais quer é amor e para obtê-lo, procura pôr-se à altura das expectativas dos outros, ou da sua própria ideia de quais são essas expetativas, e chega muitas vezes a perder de vista os seus próprios sentimentos. Torna-se altruísta, não faz exigências, sacrifica-se a si mesmo em nome de um relacionamento que para si é importante preservar. Mostra-se submisso, excessivamente obsequioso - dentro dos limites que lhe são possíveis, excessivamente compreensivo, grato e generoso.

Exige de si ser totalmente compassivo, amoroso, atencioso, compreensivo, aberto ao sofrimento alheio e disposto a remediá-lo, ou exige pelo menos apresentar-se como tal.

Ao viver tão focado em satisfazer as necessidades dos outros, acaba por não olhar objetivamente para as suas nem dedicar tempo a si. Lá no fundo da sua alma ele sabe disso, e nas suas emoções começa a vir ao de cima a sensação de estar dependente e preso. Como consequência, ainda que inconscientemente, começa a alimentar um inevitável ressentimento contra as pessoas relativamente às quais sente essa dependência juntamente com um grande desejo de liberdade.

Por outro lado, pode correr o risco de ser invasivo ao mostrar-se tão disponível e querer ajudar os outros com tanto furor. Nem todas as pessoas querem a ajuda oferecida, nem tão pouco farão depender a sua disponibilidade para ajudar ou deixarão de gostar do Tipo 2, se ele mantiver uma postura mais retraída no relacionamento.

Por muito que o Tipo 2 faça pelos outros para nutrir o seu ilimitado desejo de amor, esta carência nunca poderá ser preenchida por elas, porque na verdade a falta que ele sente é o contacto com o Ser.

Helena Portugal

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Helena  Portugal
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