Desesperança - explicada pelos Tipos 4 do Eneagrama

05-12-2019

"A desesperança é uma sensação de abandono, de não pertencer e de exclusão.


Surge sempre, quando faço algo que inconscientemente não me permito ou aceito errar, quanto tento ser o mais perfeita possível e percebo que não consigo alcançar esse patamar, porque ele não existe na condição humana.

A desesperança vem de algo que me transcende, que quer ser visto e aceite e os nossos olhos físicos não alcançam.

Tem origem na dor da tristeza não compreendida e não vista, de todos os que foram excluídos do grupo por se terem em algum momento manifestado como diferentes.

Sinto a desesperança em todo o corpo, como um efeito geral paralisante, concentra-se sobretudo na cabeça e a sua permanência provoca inércia, falta de movimento, desorientação, conexão profunda com a morte. Há muita informação inconsciente trazida pela desesperança que acaba por ensinar algo, e no fim essa aprendizagem impulsiona-me. 

Depois de vir a trabalhar este aspeto em mim, com muito trabalho de desenvolvimento pessoal, agora sei que, incluir a tristeza e a desesperança é sinónimo de dar um lugar em mim para cada umas delas e perceber que as posso transformar em alegria e esperança, porque me sinto valorizada e conectada com a fonte: vida e morte.

Sinto-me confiante e confio sobretudo no caminho de possibilidades que surge automaticamente. Se fosse uma cor a desesperança seria preto e branco, uma faixa de duas cores mostrando a polaridade: vida e morte que não interferem uma com a outra"

"Quando li a tua pergunta pensei: "não sei se a desesperança é um problema do Tipo 4, mas meu é!" ;) 

Em mim, tem a ver com uma saudade incurável de Deus. Desesperança é achar que fui desterrada por Deus para este lugar, longe d'Ele e que Ele nunca me vai aceitar de volta. É um amor sem cura e sem esperança. E por esse motivo, a vida não tem sentido, a vida não tem vida. Quando no Tipo 4 se fala da melancolia, de tendências mais depressivas... em mim, tem raízes nesta desesperança existencial.

A desesperança vem quando quero uma coisa, e sinto que ao persegui-la, persigo algo que nunca consigo alcançar, e se isso por acaso vier na minha direção eu vou para o lado contrário. É aquela expressão -" Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega". Sinto que fico sem opção porque nada serve, só fica a tristeza e a dor da falta. Sinto muito falta de esperança quando no momento presente as coisas estão difíceis e acabo por ficar presa na dor."

"A desesperança vem da falta de amor, principalmente de amor próprio. Por muito que olhe para dentro de mim parece que nunca vai melhorar. Sinto a desesperança desde criança, e tem-se manifestado com depressões. Está ligada a tudo que tem a ver com relacionamento pessoais e profissionais, portanto, com os outros.

Traz momento de muita tristeza e nostalgia. Parece que as coisas nunca vão acontecer e fico no sofrimento. É como se nada fosse acontecer, é não haver caminho e não ter um "porquê", pois parece que nada vai melhorar.

A primeira memória de desesperança foi aos 7 anos quando tive sarampo e pensei que ia ser abandonado pelos pais e que ia morrer. A desesperança é uma cor preta, porque nesses momentos não se consegue ver nada, é como um ataque de pânico onde acho que vou morrer porque nada mais faz sentido. É a sensação horrível de uma morte angustiante. Aprendi com os anos, e muito trabalho interior, que depois e um momento de profunda desesperança vem um "salto". Estou no fundo do poço, vem uma força não sei de onde que me tira de lá, e algo de bom vai surgir depois..."

"É um sentimento muito frequente em mim. Às vezes estou muito animado com um tema e de repente, sem qualquer motivo aparente, perdi o encantamento e a desesperança vem forte.

Aparece muito frequentemente quando me sinto inserido na rotina da vida do dia-a-dia, quando não há um tema novo ou algo que traga empolgação. Tenho a sensação de que a vida é muito sem graça na superficialidade do dia-a-dia em que se sobrevive e aí a desesperança bate forte.

Para mim a desesperança é cinza, cor do tempo nublado. A primeira vez que me recordo de a sentir foi quando aos 28 anos me comecei a questionar sobre o sentido da vida.

Ser um Tipo 4 é sentir a desesperança de forma profunda como se a dor jamais fosse acabar. Demora até encontrar o caminho mais firme e voltar a ser otimista de novo, por um tempo."

A desesperança do Tipo 4 inerente à depressão não é um desistir da esperança, mas um sentimento de incapacidade de obter e alcançar o que deseja, porque quando realmente se desiste de esperar algo, um sentimento de paz e neutralidade toma conta da alma...

Helena Portugal 

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Helena  Portugal
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