Ajudar o tipo 5 do Eneagrama no luto

Como ajudar uma personalidade reservada como o tipo 5 no seu processo de luto? A resposta é dada por várias pessoas do tipo 5.
"Quando vivi o meu processo de luto, não queria que me fizessem perguntas, nem que estivessem constantemente a perguntar se eu estava bem. É obvio que não estava!!!! Dêem-me tempo para pensar. Se quiserem muito falar, então partilhem boas memórias do defunto, mas não me forcem a falar. Apenas mostrem a vossa disponibilidade para me apoiar se for preciso."
"Quando as pessoas estavam à minha volta no velório apetecia-me dizer-lhes, noutra altura que vos apeteça gostaria de vos ouvir contar uma história sobre o falecido, mas agora não quero ouvir nada. E muito menos queria atender o telefone, ou responder à pergunta - " Como estás?"
"No início do processo do luto perguntavam-me do que eu precisava. Eu não sabia do que precisava e respondia que não precisava de nada. No entanto passado uns dias percebi que me sabia bem a oferta de uma refeição, alguém que me fosse levar uma comida caseira e um bilhete, ou uma mensagem calorosa. Talvez um abraço rápido, mas depois queria voltar a ficar sozinha."
"Perdi a minha mãe há um ano e nunca me esquecerei da simpatia das pessoas que nos oferecerem comida enviaram mensagens, algumas com uma nota a dizer que não precisava de responder de volta, apenas me queriam dizer que estavam solidarias comigo e que eu podia contar com elas para o que fosse preciso."
"A melhor forma de me consolarem na altura do luto, lembro-me que era darem-me comida e tempo. Quando voltei a estar com os amigos gostei do facto de eles nunca trazerem a conversa sobre a morte do meu namorado a não ser que fosse eu a trazer o tema à baila. E quando eu o fazia eles apenas ouviam e eu sentia-me muito respeitada na minha dor. Acho que a chave para ajudar um tipo 5 no seu luto é deixar claro que os amigos estão lá para te apoiar quando o pedires sem serem intrusivos."
"Apenas enviem uma mensagem para dizer que se lembram de mim e podem oferecer-me chocolates. Prefiro não ter um contacto direto com ninguém, por isso não me pressionem com visitas, digam-me antes que posso ir com os amigos quando tiver vontade de o fazer. Acima de tudo não me digam o que preciso, devo fazer ou que tipo de apoio preciso."
"O que eu prefiro no luto é que me deem espaço sem expetativas de que eu preciso palavras ou gestos físicos de conforto. Quando estiver pronta para chorar num ombro amigo irei à procura e nesse momento o melhor que pode acontecer é não me rejeitaram. Eu preciso do meu tempo para me abrir e conseguir expressar a minha dor exteriormente."
"Não puxem a conversa sobre o meu luto.
Deixem que seja eu a falar sobre o assunto qundo estiver preparada. Entretanto espero
que as pessoas se comportem normalmente, porque dentro de mim nada está normal,
e me ajudem a seguir com a vida. "
Helena Portugal
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