Tipo 3 Autopreservação - O Contra tipo
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O Tipo 3 Autopreservação trabalha muito para ter segurança material e financeira. Mostra uma preocupação com a segurança para se sentir autónomo e autossuficiente e assim puder tomar conta dele e dos outros.
Sabe como fazer as coisas eficientemente e desenvolveu o foco na autonomia para não comprometer a sua segurança.
Parece calmo e organizado, como se tivesse tudo sob controlo, mas interiormente é ansioso sendo grande parte dessa ansiedade provocada pelo esforço necessário para atingir a segurança que tanto ambiciona.
É muito assertivo, especialista em resolver problemas e fazer as coisas com qualidade. Trabalha arduamente e não mostra o seu stress. Por regra tem independência financeira, é muito produtivo e mantém as coisas sob controlo.
Esta personalidade esforça-se para ser o modelo ideal em tudo o que faz. Quer ser o melhor exemplo em todos os papeis que desempenha, o melhor pai, o melhor parceiro, o melhor trabalhador.
Tem a necessidade não só de ser visto como bom, mas de ser realmente bom para sentir segurança e ser admirado pelos outros sem ser pela sua vaidade. Quer ser admirado porque faz as coisas bem e não só para ter uma boa imagem que atraia as pessoas e assim acaba por viver de acordo com essa imagem de quem faz tudo bem. Esta tendência para adotar um modelo de comportamento também o ajuda a esquecer os seus sentimentos.
Fazer as coisas de forma correta significa ser virtuoso, e isso no seu entender implica não ser vaidoso. Neste contexto, ele acaba por sentir vaidade de não ser vaidoso. Isto significa que ao mesmo tempo que quer atrair as pessoas não quer que elas percebam que é esse o seu desejo. Não quer que os outros vejam que ele cria uma imagem de propósito para parecer bom aos olhos deles. Isto porque as pessoas boas e virtuosos não fazem isso. Quer ser tão perfeito que não faz parte do seu código de honra permitir-se ter vaidade e é precisamente por negar a vaidade que este é o contra tipo do Tipo 3.
Apesar de ser motivado pela vaidade, tal com os outros Tipos 3 de alguma forma nega a vaidade e surge uma oposição natural entre o desejo de vaidade para atrair a atenção e o instinto primário que leva em direção à segurança e auto preservação. Evita falar sobre as suas qualidades positivas e credenciais de estatuto porque lhe parece mal gabar-se dos seus pontos fortes, mesmo querendo que os outros o vejam como bem-sucedido. Neste sentido pode ser modesto ou ter uma falsa modéstia.
O autoengano deste Tipo 3 vem num nível mais consciente quando se trata de saber a sua verdadeira motivação, pois muitas vezes confunde as razões da imagem que o leva a fazer as coisas com os seus verdadeiros sentimentos e convicções.
É viciado no trabalho, tendência motivada para conseguir a segurança económica que tanto valoriza. Tem uma compulsão para ser autossuficiente e sentir-se no controlo da sua vida. Sente que é o responsável por fazer com que as coisas aconteçam e pode mesmo ter um sentimento de omnipotência.
Juntamente com a sua necessidade de controlo e ansiedade pode sentir pânico quando precisa de ajuda ou perde a sua autonomia.
A paixão pela segurança leva esta personalidade a simplificar a vida, reduzir o foco e os interesses àquilo que é prático e útil. Precisa de saber que consegue lidar com as coisas e que tudo vai correr bem com toda a gente à sua volta. Não mostra fraqueza e pensa "eu tenho que fazer tudo, porque eu faço-o melhor". Quando as situações estão fora do seu controlo tornam-se confusas e fica perdido, tem a sensação de congelar e num esforço para restabelecer o controlo pode ser invasivo. Este é o mais rígido dos Tipos 3.
Com tanta energia focada no
trabalho, eficácia e segurança vai haver
pouco espaço metal e emocional
para se envolver profundamente com os outros. Embora possa trabalhar
arduamente para manter os relacionamentos, tem dificuldade em conectar-se
profundamente. Pode considerar que sentir as emoções é um desperdício de tempo,
assim como ir contra o que inibe a sua capacidade de se conectar profundamente com
as pessoas, esquecendo-se que uma relação verdadeira surge quando cada um está em contacto
com os sentimentos e o seu "eu" verdadeiro.
Traduzido e adaptado do livro " The Complete Enneagram - 27 Paths to greater Self-knowledge" Beatrice Chestnut, PhD
Helena Portugal
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