A Virtude do não apego

16-11-2019

O Tipo 5 vive com a sensação de que algumas coisas são de importância extrema para o equilíbrio da sua existência.


Podem ser coisas como um livro, um lugar especial onde gosta de estar consigo mesmo, uma comida ou bebida, um perfume, uma roupa. É fundamental que tais coisas estejam acessíveis porque o apego faz com que frequentemente recorra a elas para usufruir o prazer ou segurança que esse contacto proporciona.

O apego do Tipo 5 vai para além das coisas físicas, manifestando-se gritantemente no querer agarrar o tempo, que parece sempre escasso para estar consigo próprio e para fazer o que lhe apetece. Gastar este tempo tão limitado, com outras pessoas a partir de um certo limite torna-se insuportável.

Há, também o medo de perder o pouco que tem, principalmente os objetos do seu apego por isso salvaguarda-se, para que nada lhe seja retirado.

Para o Tipo 5 ficar mais solto, descontraído e aberto à vida precisa aprender a seguir o fluxo da energia de dar e receber.

Por outras palavras, precisa aceder à virtude do Não Apego.

Esta virtude é a compreensão precisa das necessidades do corpo, o Ser desapegado assimila do ambiente exatamente aquilo que necessita e abre mão de tudo o mais. É a posição que permite a energia vital fluir através do corpo com a máxima facilidade.

Para evoluir o Tipo 5 precisa abrir mão do apego o que significa, em primeiro lugar, desapegar-se do seu distanciamento em relação a si mesmo. Terá de dispor-se a entrar em contacto prático e direto consigo e obrigar a mente a obedecer à experiência direta em vez de querer determiná-la através do pensamento. Para fazer isso, terá de deixar o seu apego de conhecer teoricamente. A mente por si só não pode operar uma transformação interior viva e encarnada, não poderá nunca substituir a experiência direta e a integração dos estados emocionais do contacto direto da alma com essas coisas. A mente dá informação útil cognitiva, mas não pode por si só efetuar a transformação interior.

O essencial, portanto é a ideia de uma permeabilidade que permita a plenitude da essência preencher a alma do Tipo 5 e religar-se à sua verdadeira natureza. Quando isso acontece a avareza deixa de ser necessária, pois a pessoa se reconhece como uma parte inseparável do Todo e sente que participa da sua Plenitude e das Suas riquezas.

Porque a alma leva em si a imagem de tudo o quanto a toca diretamente, e assim, como os acontecimentos da infância nos plasmaram a alma segundo o molde de uma estrutura da personalidade, assim também o Ser tem de tocar diretamente a alma para que ela seja remoldada por ele.  

Helena Portugal

Helena  Portugal
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