A negação do Tipo 8 do Eneagrama

13-11-2019

O Tipo 8 acredita que para ser aceite amado, respeitado e aceite tem que ser forte. Sendo forte impõe a sua presença, ideias e vontade, porque acredita que no mundo sobrevivem os mais adaptados e os mais fortes.


Para sustentar esta postura na vida não pode ceder a sentimentos "suaves" como compaixão, empatia, a vulnerabilidade e qualquer tipo de fraqueza.

Então elege como defesa a negação de todos esses sentimentos, e vive motivado para exercer o controlo, comando, poder e justiça como se não tivesse limitações humanas.

O tipo 8 negligencia e nega a sua vulnerabilidade mas isso não impede que ela se manifeste, ou pelo menos seja sentida.

É preciso ter consciência dos pontos fracos e quando o Tipo 8 nega a sua sensibilidade fica também menos sensível aos outros provocando neles reatividade e também atitudes insensíveis, e assim, se cria um ciclo de agressividade no qual o Tipo 8 não obterá o amor e cuidado que realmente precisa.

Outro mecanismo de defesa é o controlo omnipotente que acontece no início quando a criança faz com que as coisas aconteçam ao evocar a resposta da da mãe, chora e a mãe vem. Por vezes acredita que pode mudar as coisas simplesmente exercendo o controlo sobre elas, imaginando que pode direcionar o curso dos acontecimentos na direção que pretende sem os limites impostos pela realidade.

A negação do Tipo 8 não se limita apenas a rejeitar a vulnerabilidade, também nega a bondade do mundo. Em vez de sentir a dor intolerável que advém da sensação de ter perdido contacto o seu Ser nega a multidimensionalidade da existência.

A negação exclui da consciência qualquer coisa que possa causar dor e ponha em causa o seu ideal interno de ser uma pessoa forte e poderosa. Portanto, tudo o que possa fazê-lo parecer injusto, fraco, incapaz ou necessitado é simplesmente negado. Pode até, chegar ao ponto de negar a as coisas que aconteceram de fato, emoções e pensamentos íntimos.

A negação também lhe dá a impressão de que o problema está sempre fora dele. O inimigo é o outro, que parece sempre disposto a querer prejudicá-lo, humilhá-lo, injustiçá-lo etc.

Quando é tratado de modo desagradável, rejeita a responsabilidade por isso e acusa a outra pessoa. Não percebe que o hábito de culpar os outros por suas dificuldades e de crer que o jogo está viciado contra si é parte da sua própria distorção da realidade que influência o que lhe acontece na vida como resposta emocional inevitável dos outros pela raiva e ressentimento que normalmente mostra.

Por isso, embora o Tipo 8 se orgulhe de ser uma pessoa prática e concreta que vê o mundo como ele realmente é, sem deixar-se influenciar pelo sentimento e pelo idealismo, esse "realismo" exclui da existência a bondade e só admite o mundo material como a realidade fundamental.

A sua postura perante a realidade não é de abertura, mas de rigidez com mente fechada. É profundamente agarrado às sua próprias opiniões. Tudo o que vê é submetido a um pré julgamento determinado pela sua opinião negativa acerca da existência, e para ele isso é realismo. Vê a realidade a partir do ponto de vista de alguém que pode a qualquer momento ser iludido, enganado, explorado, humilhado, posto em risco por isso o seu preconceito fá-lo procurar sempre o lado potencialmente danoso, tirano, sombrio e animalesco das situações.

Preso na personalidade, tende a considerar que as pessoas são idiotas e canalhas até prova em contrário. Nega o lado vital, otimista, esperançoso das coisas e este é o seu principal mecanismo de defesa. É movido por uma profunda desconfiança em relação aos outros e à vida em geral e tem a convicção de que é preciso lutar para arrancar do mundo algo que seja bom.

Helena Portugal

Helena  Portugal
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